17.10.12

da Bia

Para ver o azul da carne.

Silêncio.
Ela está lá sentada. Olha. 

O que permanece durante o silêncio?

Silêncio e Pausa.
Um instante e nada.

A mão em direção ao rosto, a mão que tenta alcançar e desiste. Ainda sentada ameaça um passo para frente, volta. Os braços contornam o rosto, se levanta, os braços agora estão soltos. Deixa o corpo cair ao chão e avança. Recua sentando novamente. Os cabelos borram o movimento. Espera. Circunda as mãos no rosto delicadamente. Olha para baixo e expande os movimentos dos braços. Cada instante. Outro gesto. 

Deitada, ela pausa
A seta diz que ela está ali.

Se estrutura e começa a andar. Levanta.
Em suas palavras, ela se inclui.
“Para encontrar o azul uso pássaros. As letras fizeram-se para as frases.”

A dança e a música.
Tempo ressoante. Aqui.
Pele lisa de um silêncio. 
A seta indica.
Ela permanence.



(a Bia chama Beatriz Sano, dança e cozinha que só vendo, tem o dom da síntese e me escreveu quando esteve à toa, adorável a Bia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário